O Direito Eleitoral é um ramo do Direito Público ainda pouco estudado nas faculdades, mas que adquire cada vez mais relevância na medida em que se consolida o Estado Democrático de Direito e suas instituições. Este espaço, pois, é um convite ao estudo e aprofundamento das questões relacionadas ao tema. Por fim, é importante destacar que as opiniões aqui colocadas são de cunho pessoal e não necessariamente representam o posicionamento da Justiça Eleitoral.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Dono do castelo quer se garantir no Poder
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
"O deputado Edmar Moreira (DEM-MG) ingressou nesta segunda-feira no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com pedido de desfiliação do DEM por "justa causa", depois que o partido ameaçou expulsá-lo em consequencia das denúncias de que não declarou à Justiça Eleitoral um castelo estimado em R$ 25 milhões. A ação do deputado tem como objetivo evitar a perda do seu mandato uma vez que, pela regra da fidelidade partidária, o partido pode recorrer à Justiça para ter de volta a sua vaga na Casa se Moreira solicitar a troca de legenda.
O deputado afirma ser vítima de "perseguição política com grave discriminação pessoal" do DEM, por isso sustenta que vai deixar o partido --justificativa que, na sua opinião, é suficiente para que o mandato permaneça em suas mãos. Se fosse expulso da legenda, Moreira não perderia o assento na Câmara.
O parlamentar, porém, preferiu antecipar-se à decisão da legenda e pedir a desfiliação para minimizar o desgaste político da decisão. Ao pedir para sair do DEM, Moreira automaticamente abre brecha para que o partido recorra à Justiça para ficar com a sua vaga na Câmara --por isso o parlamentar usa o argumento de "perseguição política" junto ao TSE para não perder o mandato.
"O partido é que não está sendo fiel com o seu filiado, agindo por conveniência pessoal e utilizando meios para retaliar o exercício de uma prerrogativa democrática", afirma a defesa do deputado.
No documento encaminhado ao TSE, os advogados do parlamentar afirmam que "a discriminação pessoal ganhou contornos de substancial mudança do programa partidário, transformando-se em insustentável processo de ditadura partidária".
Moreira afirma que, ao eleger-se corregedor da Câmara com o apoio de mais de 200 deputados, o próprio partido "se mostrou publicamente insatisfeito" com a sua vitória democrática.
Polêmica
Moreira renunciou neste domingo à corregedoria da Câmara depois das denúncias de que não declarou à Justiça Eleitoral um castelo estimado em R$ 25 milhões. O deputado argumenta que o imóvel estava em nome de seus filhos, por isso não foi incluído na sua declaração de bens.
O deputado também é investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por apropriação ilegal de contribuições ao INSS feitas por seus empregados. Além de perder a vaga na corregedoria, Moreira se afastou da Mesa Diretora da Câmara depois de ter conquistado a segunda vice-presidência da Casa --cargo que assume, automaticamente, a Corregedoria.
O corregedor é responsável, entre outras funções, por encaminhar os pedidos de investigações sobre seus pares ao Conselho de Ética da Câmara."
Fonte: Folha Online
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